25 de setembro de 2024

UMA CONEXÃO INESPERADA

Olá, me chamo Arthur Claro, sou o autor deste conto fictício com pitadas de realidade, convido você (leitor(a)) a ler este simples fato que criei, se acomode aonde te deixe confortável, recomendo se haver masturbação deixe para o final do conto.

Maurício sempre foi um homem discreto, aos 68 anos, carregava nas costas o peso da idade, mas não o da amargura, suas manhãs eram tranquilas, regadas a café forte e ao som baixo de música clássica que escapava das janelas de sua casa, ele era um homem alto, de ombros largos, mas seu corpo já mostrava os sinais do tempo: uma barriga levemente protuberante, as mãos marcadas pelo trabalho de uma vida inteira e o andar mais lento, cuidadoso, sua pele, que outrora tinha sido mais firme, agora estava mais solta, com rugas que contavam histórias de longas jornadas, seus cabelos grisalhos, sempre bem penteados, contrastavam com seus olhos castanhos que, por alguma razão, ainda brilhavam com intensidade juvenil.

Priscila, sua jovem vizinha de 23 anos, era o oposto completo, seus cabelos eram longos e escuros, caindo em cascatas até a metade das costas, e sua pele morena tinha aquele brilho saudável da juventude, era uma mulher de corpo esguio, mas com curvas discretas, seios pequenos e firmes, e quadris que se destacavam sutilmente quando ela se movia, seus lábios cheios sempre exibiam um leve sorriso, como se guardasse um segredo que só ela sabia, ela não era perfeita, e isso era o que a tornava ainda mais interessante, havia uma pequena cicatriz no queixo, quase imperceptível, e suas pernas, apesar de longas, tinham algumas marcas de depilação, pequenas imperfeições que lhe conferiam autenticidade.

Eles se cruzavam quase todos os dias, pois moravam porta a porta no mesmo prédio, Maurício sempre observava de longe, com uma mistura de curiosidade e admiração, não sabia bem o que era, mas havia algo em Priscila que mexia com ele, talvez fosse o frescor com que ela encarava a vida, ou o jeito como seus olhos o fitavam por segundos mais longos que o necessário, o fato é que, a cada encontro casual, o ar entre eles parecia mais carregado, mais denso.

Certa noite, Maurício estava em sua varanda, fumando um cigarro enquanto observava a rua, era um hábito antigo, um dos poucos prazeres que mantinha, Priscila, que acabava de chegar do trabalho, acenou com um sorriso e, para sua surpresa, atravessou o pequeno corredor entre suas casas.

— Tá tarde, né, Maurício? — ela disse, se encostando na grade da varanda ao lado dele. O cheiro suave de seu perfume invadiu o ar, era um aroma doce, mas não enjoativo, misturado com o frescor de quem acabava de tomar banho.

— Parece que sim — respondeu ele, com a voz grave, um pouco rouca. — Ainda acordada?

— Trabalhei até agora de pouco, precisava relaxar um pouco — ela falou, inclinando-se levemente, com o corpo virado para ele, seus olhos castanhos faiscavam sob a luz fraca da varanda. — E você, sempre por aqui nesse horário?

Maurício deu de ombros, apagando o cigarro no cinzeiro que mantinha por ali, sua mão encontrou a dela, de leve, e por um instante ele hesitou, a pele de Priscila era quente e macia, contrastando com a aspereza das suas, porém ela não recuou, pelo contrário, entrelaçou os dedos nos dele, a diferença de textura tornando o toque mais intrigante.

— Gosto do silêncio da noite — ele disse, sentindo o coração bater mais forte do que esperava. — E de boas companhias, quando aparecem.

Priscila riu baixinho, um som quase imperceptível, mas sedutor, seus olhos percorriam o corpo de Maurício com uma naturalidade desconcertante, ela notava suas imperfeições, as rugas ao redor dos olhos, os músculos que não eram tão definidos, mas havia algo na figura dele que a atraía, era o contraste, o tempo, a experiência, a segurança que ele emanava, mesmo sem dizer muito.

— Você é diferente, Maurício — disse ela, se aproximando mais, agora tão perto que ele podia sentir o calor que irradiava de seu corpo, seus seios roçaram suavemente no braço dele quando se inclinou para falar mais perto de seu ouvido. — Eu gosto disso.

Maurício se manteve imóvel por um instante, absorvendo o momento, sentia o calor subir, um desejo que não experimentava há anos, ele se virou lentamente, encarando-a de frente, os rostos a poucos centímetros de distância, seus olhos buscaram os dela, tentando entender o que exatamente se passava ali. Priscila ergueu uma das mãos, tocando o rosto dele com suavidade, seus dedos traçando as linhas que o tempo havia esculpido, ela sorriu com uma malícia, mas doce que fez algo despertar nele.

— Eu sou velho demais para você — ele murmurou, sem muita convicção.

— Quem disse? — ela respondeu com firmeza, antes de puxá-lo levemente pelo colarinho da camisa e colar seus lábios nos dele.

O beijo foi suave no início, hesitante, mas logo ganhou intensidade, Maurício se permitiu envolver, suas mãos agora segurando firme a cintura de Priscila, sentindo as curvas de seu corpo e vibrante contra o dele, ela suspirou entre o beijo, suas mãos se movendo como se já soubesse exatamente onde tocar, onde provocá-lo, a diferença de idade, tudo parecia desaparecer ali, não havia mais o homem de 68 anos e a garota de 23 anos, havia apenas o desejo tomando conta dos dois, Maurício a puxou para mais perto, sentindo o cheiro do cabelo dela, o calor que emanava de sua pele, seus corpos se encaixavam com uma naturalidade inesperada.

Os lábios de Priscila se afastaram lentamente, deixando um rastro de calor sobre os de Maurício, que ainda sentia o gosto doce daquele beijo, por um instante, ele manteve os olhos fechados, tentando processar o que acabara de acontecer, enquanto sua mão ainda estava pousada na curva da cintura dela, a respiração dos dois estava pesada, em sincronia, como se tivessem compartilhado algo que não poderia ser ignorado, Priscila mordeu levemente o lábio inferior, com um sorriso divertido e uma malícia silenciosa no olhar, seu corpo estava ainda mais próximo agora, pressionando-se contra o de Maurício, fazendo-o sentir cada curva, cada detalhe da textura macia de sua pele morena contra ele, sua juventude e energia contrastavam intensamente com a experiência e a serenidade que Maurício emanava, mas havia algo entre eles que transcendia.

— Você não é velho demais pra mim, Maurício... — murmurou ela, em um tom sedutor, seus dedos passeavam devagar pelo peito dele, sentindo o tecido da camisa fina que ele usava, ela podia sentir os batimentos dele, o coração pulsando forte, como se estivesse redescobrindo sensações que há muito tempo permaneciam adormecidas, Maurício, sem saber o que dizer, segurou-a pelo queixo, erguendo seu rosto delicadamente para olhar nos olhos dela, havia um conflito em sua mente, uma luta entre o desejo avassalador e a prudência que a idade lhe trouxera, mas, naquele momento, os olhares se cruzaram de uma forma que fez qualquer resistência parecer inútil, era como se algo invisível os puxasse um para o outro.

— Você sabe o que está fazendo? — ele perguntou, sua voz baixa, carregada de uma preocupação genuína, mas com um tom de expectativa, seus dedos traçavam suavemente o contorno da mandíbula dela, sentindo a textura macia da pele jovem, Priscila riu de leve, um som que reverberou pelo corpo dele. — Ah… eu sei exatamente o que estou fazendo.

Ela se afastou um pouco, mas apenas para pegar a mão dele e, sem dizer nada, o puxou para dentro de sua casa, deixando a porta da varanda aberta, o ar fresco da noite invadiu o pequeno apartamento de Maurício, contrastando com o calor crescente entre os dois, ao entrar, ela o guiou até a sala, e ele observou seu corpo se mover com uma sensualidade natural, Priscila não fazia esforço para seduzir — ela simplesmente era assim. Maurício deixou-se levar, sua mente ainda tentando processar tudo, ele estava acostumado a ser um homem controlado, mas Priscila o fazia sentir vivo de uma forma que há muito ele não experimentava, ao chegarem ao centro da sala, ela se virou para ele, seus olhos faiscando sob a luz amarelada que iluminava o ambiente, seus dedos começaram a desabotoar a própria blusa, revelando lentamente o contorno dos seios pequenos e firmes, que pareciam ansiar por liberdade.

Maurício observava cada movimento com um fascínio crescente, a pele dela parecia brilhar sob a luz, e, mesmo com suas imperfeições — as marcas de sol, algumas cicatrizes quase invisíveis — ela era irresistível, seu corpo não era o de uma modelo de revista, mas havia algo que a tornava ainda mais sedutora, ele deu um passo à frente, segurando a blusa dela com dedos trêmulos e a puxando para si, os lábios encontrando os dela novamente, o beijo agora era mais faminto, suas mãos deslizaram pelas costas dela, sentindo o calor que emanava de cada parte de seu corpo, Priscila gemeu levemente contra os lábios dele, seus dedos se entrelaçando nos cabelos grisalhos de Maurício, puxando-o com uma força inesperada, como se quisesse prendê-lo naquele momento.

Ela se afastou por um segundo, respirando pesadamente, com o peito subindo e descendo rapidamente, seus olhos estavam cheios de desejo e uma pitada de provocação, ela desabotoou o último botão de sua blusa e a deixou cair no chão, ficando apenas com o sutiã de renda que mal escondia seus seios.

— Acho que você ainda não me mostrou tudo, Maurício… — ela sussurrou, sua voz carregada de malícia.

Maurício a observava, como se cada gesto dela fosse hipnotizante, sua mão tocou o rosto de Priscila novamente, descendo pelo pescoço delicado, até encontrar a curva do ombro, ele estava dividido entre o instinto de avançar e o medo de perder o controle completamente, mas, ao olhar para ela, viu a entrega nos olhos dela, a certeza de que aquilo era exatamente o que ela estava querendo.

Lentamente, ele começou a desabotoar a própria camisa, revelando o corpo que não era tão jovem ou perfeito, mas havia força ali, uma firmeza que ainda resistia ao passar dos anos, ela o observava com atenção, e, em vez de se afastar, se aproximou ainda mais, suas mãos acariciando o peito nu dele, sentindo a pele queimada de sol, os pelos grisalhos que cobriam levemente a região.

— Você é lindo… — ela murmurou, sua voz cheia de sinceridade.

Maurício riu baixinho, um som rouco, incrédulo. — Não sei se concordo com você.

— Eu sei o que vejo, e o que sinto… — Priscila respondeu, agora puxando-o para o sofá, onde o empurrou suavemente para que ele se sentasse, ela se posicionou sobre ele, com os joelhos de cada lado de suas coxas, seu corpo quente contra o dele, seus olhos se encontraram mais uma vez, e Maurício soube, naquele momento, que não havia mais volta, o desejo entre eles era inegável, seus corpos se moviam em uma sincronia perfeita, como se o tempo, por um breve instante, tivesse deixado de existir.

Priscila montada sobre o colo de Maurício, sentiu o calor de seus corpos se entrelaçar, o contraste era fascinante: o vigor de sua juventude, pulsando sob a pele quente e macia, contra a experiência e a calma de Maurício, que a envolvia com uma mistura de desejo e reverência, o sofá parecia pequeno demais para conter aquela energia que crescia a cada toque, a cada olhar trocado.

Maurício se recostou no encosto, sem soltar o quadril de Priscila, agora firmemente encaixado sobre suas coxas, ele deslizou as mãos, agora mais confiantes, por suas costas até o fecho do sutiã, que soltou com uma destreza, o tecido fino escorregou pelos ombros de Priscila, revelando os seios, pequenos e firmes, os mamilos eretos em resposta ao toque dele, por um momento, ele hesitou, observando-a como se estivesse absorvendo cada detalhe de sua nudez, não era apenas a aparência física que o fascinava, mas a confiança e a intensidade com que ela se entregava, ela, por sua vez, sorria provocante, sentindo-se completamente no controle da situação, ela se inclinou, seus seios roçando o peito nu de Maurício, e seus lábios encontraram o pescoço dele, distribuindo beijos lentos e molhados, enquanto as mãos dele exploravam seu corpo.

Cada toque parecia despertar algo novo nele. Seus dedos percorreram as costelas de Priscila, descendo pela cintura e encontrando o cós da calça jeans que ela ainda vestia. Priscila levantou o quadril levemente, permitindo que ele deslizasse o tecido grosso por suas pernas esguias, até que ela ficasse apenas de calcinha, com o corpo praticamente nu contra o dele.

O corpo dele, ainda forte apesar dos anos, reagia ao toque dela de uma maneira que o surpreendia, sentia o calor crescer em seu peito, nas palmas das mãos, e no centro de seu corpo, onde o desejo já se manifestava, seus músculos, outrora rígidos, agora tinham uma suavidade, mas Priscila parecia não se importar, quando suas mãos desceram pelo peito dele, ela traçou um caminho até o abdômen, sentindo a leve saliência da barriga, o relevo sutil dos músculos que ainda resistiam.

— Você é exatamente o que eu quero, agora — ela sussurrou no ouvido dele, antes de mordiscar levemente seu lóbulo.

Ele fechou os olhos, sentindo a excitação aumentar, enquanto a voz dela ecoava em sua mente, as mãos dele se moveram com mais intensidade agora, puxando a calcinha de Priscila e deixando-a completamente exposta para ele, havia uma entrega mútua, o desejo compartilhado, que unia aqueles dois, Priscila voltou a se encaixar sobre o colo dele, dessa vez sem barreiras entre eles, a sensação de pele contra pele, tão íntima, era avassaladora, Maurício deslizou uma das mãos entre as pernas dela, explorando o calor úmido que encontrava ali, enquanto Priscila soltava um suspiro baixo, movendo o quadril em resposta ao toque, ela se pressionava contra ele, e Maurício, com a respiração ofegante, a puxou para mais perto, seus corpos se encaixando de uma maneira que parecia quase natural, como se sempre tivessem pertencido um ao outro.

A princípio, os movimentos eram lentos, exploratórios, como se estivessem se conhecendo em um nível mais profundo, Priscila movia-se devagar sobre ele, sentindo cada centímetro de seu corpo reagir ao dele, o contraste entre o calor de sua pele e a força suave das mãos dele a fazia querer mais, ela se inclinou novamente, seus lábios encontrando os de Maurício, e o beijo agora era desesperado, conforme os minutos passavam, os movimentos de Priscila tornaram-se mais rápidos, e o corpo de Maurício respondia a cada impulso, a sala, antes silenciosa e serena, agora estava preenchida com sons ofegantes, gemidos baixos, e o som abafado dos corpos se movendo em sincronia, as mãos de Maurício, seguravam firme os quadris de Priscila, guiando-a com a experiência de quem sabia exatamente o que fazer, o sofá rangia sob o peso de seus movimentos, mas nenhum dos dois parecia prestar atenção em qualquer coisa além um do outro, Priscila arqueou as costas, jogando a cabeça para trás, seus seios balançando suavemente com o movimento, seus lábios entreabertos soltavam gemidos mais altos, enquanto ela se movia com mais força, sentindo o corpo de Maurício se tensionar debaixo dela, ele, por sua vez, apertou os olhos, a sensação crescente dentro de si o levando a um ponto de ebulição que ele não experimentava há muito tempo.

Por fim, os dois chegaram ao orgasmo, como uma onda avassaladora que os envolveu completamente, Priscila, com o corpo trêmulo e suado, soltou um gemido longo e satisfeito, enquanto Maurício, com um último impulso forte, a segurou firmemente contra si, sentindo seu próprio corpo se entregar àquele momento, o mundo pareceu parar por alguns segundos, enquanto eles se desfaziam juntos naquele momento de pura intensidade, por longos minutos, os dois ficaram ali, ofegantes, os corpos entrelaçados, enquanto o calor da sala lentamente diminuía. Priscila, ainda sentada sobre o colo de Maurício, deitou a cabeça em seu ombro, os lábios curvados em um sorriso satisfeito.

— Isso foi... — ela começou, mas riu, incapaz de encontrar as palavras certas.

— Isso foi... inesperado — completou Maurício, ainda tentando recuperar o fôlego, com um sorriso cansado, mas contente no rosto.

Priscila o abraçou mais forte, os braços envolvendo o pescoço dele, enquanto ambos permitiam que o silêncio falasse por eles, ali, naquele momento, o tempo não importava, o que restava era a conexão que haviam construído naquela noite.

— Quem diria, hein? — Priscila sussurrou, antes de lhe dar um último beijo suave no pescoço.

Maurício riu baixinho, balançando a cabeça. — Nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginaria isso.

Ela se ajeitou no colo dele, aconchegando-se mais uma vez e assim ficaram, em silêncio, aproveitando a sensação de estarem juntos, sem pressa de voltar à realidade, enquanto o silêncio tomava conta do pequeno apartamento, Maurício sentiu o corpo de Priscila relaxar sobre o seu, como se o cansaço da intensidade de tudo aquilo finalmente tivesse se acomodado nela, ele, por outro lado, ainda estava envolto em uma nuvem de pensamentos e sensações que não experimentava há anos, sentia o coração desacelerando aos poucos, enquanto a respiração dela, suave, batia contra seu pescoço, cada detalhe daquele momento parecia gravado em sua mente — o cheiro suave da pele dela, o calor persistente dos corpos entrelaçados e o som distante do mundo lá fora, que parecia insignificante diante do que haviam compartilhado.

Maurício passou a mão pelos cabelos de Priscila, sentindo a textura macia dos fios entre os dedos, ele sabia que algo ali era especial, mas também que, de alguma forma, o que acontecera entre eles mudaria a dinâmica das suas vida, mas naquele instante de paz após a tempestade de sensações, ele simplesmente queria aproveitar.

— Está tudo bem? — ele murmurou baixinho, sua voz quebrando o silêncio com um cuidado que revelava mais sobre sua apreensão do que ele gostaria.

Priscila levantou a cabeça do ombro dele, seus olhos castanhos buscando os dele com uma tranquilidade inesperada, ela sorria contente.

— Tudo perfeito — respondeu ela, com uma certeza que fez Maurício relaxar um pouco mais.

Priscila deslizou para fora do colo dele, sentando-se ao lado no sofá, ainda nua, mas sem pressa de se cobrir, ela parecia confortável com a própria nudez, como se cada imperfeição fosse parte de quem ela era, sem constrangimentos, Maurício a observava, admirando seu corpo.

— Nunca pensei que algo assim aconteceria entre nós — admitiu ele, cruzando os braços sobre o peito, sentindo o peso das palavras. — Não sei o que isso significa... ou para onde vai.

Priscila se inclinou para frente, tocando de leve o joelho dele, num gesto que demonstrava uma proximidade já construída. — Eu não sei se precisamos saber agora, talvez a gente só deva deixar as coisas acontecerem... sem pressa.

Ele assentiu lentamente, tentando absorver as palavras dela, a tranquilidade com que ela encarava tudo o deixava, de certa forma, intrigado, ela se levantou lentamente, caminhando até a janela aberta, de onde a brisa fresca da noite ainda entrava, seu corpo, iluminado apenas pela luz suave da sala, parecia uma pintura, cheia de vida e movimento, ela olhou para fora, para as ruas silenciosas do bairro, antes de virar-se para ele com um olhar brincalhão.

— Acho que ninguém vai acreditar se eu contar que passei a noite com o vizinho mais charmoso do prédio — ela disse, rindo de leve.

Maurício, que agora se levantava, riu também, sacudindo a cabeça. — Não sei se charmoso é a palavra certa para mim, ela caminhou até ele, ainda rindo, e pousou as mãos nos ombros largos dele. — Eu digo que é, e isso é o que importa, por um momento, os dois ficaram ali, frente a frente, o silêncio confortável preenchendo o espaço entre eles, ela se aproximou, ficando nas pontas dos pés para dar um beijo suave nos lábios dele, e ele a envolveu em um abraço, sentindo a suavidade de seu corpo contra o seu mais uma vez.

— Talvez seja só isso — sussurrou ela. — Talvez a gente não precise de grandes explicações, você me faz bem, e eu gosto de estar com você. Por que complicar?

Ele a puxou mais para perto, sentindo o coração dela bater contra o peito dele, havia uma simplicidade no que ela dizia, algo que o fazia perceber o quão preso ele estava às convenções, às expectativas que sempre carregara, era verdade que as coisas poderiam se complicar com o tempo, mas, naquele momento, a clareza das palavras dela era tudo de que ele precisava.

— Você tem razão — ele disse finalmente, com um sorriso leve no rosto. — Talvez complicar seja a última coisa que precisamos agora.

Priscila se afastou devagar, pegando sua calcinha jogada no chão e vestindo-a com uma naturalidade despreocupada. — Então, vamos fazer um trato, a gente vai deixar isso aqui ser o que é, nada de rótulos, nada de pressa, ele assentiu, vestindo a camisa e observando enquanto ela terminava de colocar suas roupas, a leveza com que ela falava sobre aquilo o surpreendia e, ao mesmo tempo, o encantava, havia algo de libertador naquela proposta, sem compromissos, sem expectativas, apenas o agora.

Quando ambos estavam vestidos, Priscila se aproximou mais uma vez, dessa vez segurando o rosto dele com delicadeza, o polegar acariciando a barba rala que cobria seu queixo.

— A gente se vê amanhã, então? — ela perguntou, com uma pitada de malícia nos olhos.

Maurício, ainda sorrindo, respondeu: — Vou estar por aqui, com a varanda sendo a minha companhia à noite, ela riu, beijando-o uma última vez antes de se dirigir à porta, ao sair, ela lançou um último olhar, provocante, como se soubesse que aquela noite seria apenas o começo de algo mais, ainda que indefinido, ele ficou parado por alguns minutos depois que ela saiu, respirando o ar fresco da noite que ainda entrava pela janela aberta, o cheiro dela ainda pairava no ar, e o sorriso não deixava seu rosto, ele sabia que, por mais que tentasse evitar, aquela jovem havia despertado nele algo que ele julgava perdido, enquanto apagava as luzes e seguia para o quarto, o pensamento de Priscila ocupava sua mente, não sabia onde tudo aquilo os levaria, mas, por ora, estava disposto a descobrir, afinal, a vida, mesmo em sua fase madura, ainda tinha muito a oferecer — e ele estava pronto para receber.

Quero agradecer a leitura, espero que este conto tenha proporcionado tesão e que tenha deixado com vontade de retornar a ler mais contos escritos por eu. Beijos e abraços, até a próxima.

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