19 de março de 2021

DIFERENÇAS ENTRE LUBRIFICAÇÃO E EXCITAÇÃO FEMININA

A lubrificação e a excitação feminina andam juntas, porém para chegar ao orgasmo não necessariamente acontecem simultaneamente, existe muitos fatores que influenciam na lubrificação e na excitação separadamente, porém hoje vou compartilhar algumas informações para entender a diferença entre lubrificação e excitação.

A lubrificação é como o corpo feminino responde à excitação, mas não significa que seja excitação por si só. Toda mulher saudável produz uma lubrificação no canal vaginal, que consiste em uma mucosa. Além disso, há ainda o muco produzido pelo colo do útero e pelas glândulas de Skene e de Bartholin, nas paredes vaginais. As secreções sexuais femininas podem conter carboidratos, aminoácidos, proteínas e outros ácidos produzidos pelos lactobacilos da flora vaginal normal, sendo assim, quando a mulher está excitada, uma das manifestações corporais em resposta a essa excitação é o aumento da lubrificação vaginal;

A lubrificação vaginal possui funções específicas próprias. A primeira é aumentar a possibilidade de concepção. A natureza alcalina da lubrificação altera o estado normalmente ácido da vagina, para que assim cria um ambiente propício para o espermatozoide, a segunda é aumentar o prazer dos parceiros, uma vagina bem úmida, com suas paredes escorregadias, permite que o pênis entre com facilidade sendo agradável para ambos, sem ter dor com o atrito e a "queimação" que poderiam surgir caso não houvesse lubrificação;

O desejo sexual pode não surgir junto com a excitação, em alguns casos a mulher pode ficar lubrificada, porém não mentalmente ou emocionalmente excitada, é como se o corpo estivesse pronto para o sexo, mas a cabeça não, seja por preocupações financeiras ou com o trabalho, por exemplo. Em outros momentos a mulhrer pode sentir muita vontade de transar, mas a lubrificação natural não acontece, pode até haver o desejo, mas não estar excitada o suficiente para um aumento na lubrificação natural;

A excitação depende de estímulos que variam conforme cada mulher, que pode ser desde lembrar da última vez em que esteve com o parceiro, ler algum conto erótico ou até receber alguma carícia mais ousada, assim o desejo, a leva à excitação que provoca uma reação no sistema nervoso central, por meio de neurotransmissores, assim coordena uma resposta física (aumento da frequência cardíaca, aumento da temperatura corporal, vasodilatação do sistema circulatório que conduz ao aumento do fluxo sanguíneo na região genital) e com isso, a consequente lubrificação acontece;

Existem vários fatores para ter uma diminuição da lubrificação, tais como, o uso contínuo de anticoncepcionais, depressão, estresse, uso de medicamentos como antidepressivos ou anti-hipertensivos, a fase de lactação, diabetes, infecções vaginais, alterações hormonais, higiene local excessiva com sabonete líquido (que altera pH natural) e menopausa. E até durante a menstruação a lubrificação diminui, sendo que atinge seu ápice no período fértil;

A masturbação potencializa a lubrificação. Quando a mulher explora o próprio corpo, ela entende melhor o que a excita e consegue guiar o outro mais adequadamente na hora H, então é possível dizer que a masturbação aumenta a lubrificação feminina. Afinal a mulher descobrindo o que mais a excita e qual a melhor forma de se preparar para a penetração;

Ter a vagina úmida não implica em consentimento, porém a comunicação entre o casal deve ser clara e o sexo consensual, sempre, existe alguns sinais do corpo que não devem ser interpretado como sendo um convite para o sexo porque podem ser involuntários, a leitura equivocada da lubrificação feminina como disponibilidade pode levar ao sexo não consentido, que é crime mesmo em relações afetivas e nos casamentos, o nome correto para esta conduta é crime hediondo. Se não houver entrega emocional e psicológica ao ato, a lubrificação não passa de uma resposta física. Segundo o bioquímico espanhol Pere Estupinyà cita um um estudo que algumas vítimas de estupro podem ter uma resposta sexual física durante o abuso, há duas explicações para isso e ambas não indicam de que as vítimas estavam "gostando" da violência. A primeira é que algumas mulheres têm um metabolismo diferente, que as leva a produzir lubrificação em maior quantidade e constância, mesmo em situações não sexualizadas, a outra explicação remete à própria função da lubrificação, que é tornar a penetração mais confortável. Então geralmente as situações de grande estresse para o corpo como o crime do estupro causam uma diminuição da circulação sanguínea genital e a ausência de lubrificação, porém em alguns casos pode acontecer o efeito contrário como forma de defesa e tentativa de reduzir a dor física, com isso o aumento da circulação e a consequente lubrificação, mesmo sem excitação, desejo e, óbvio, consentimento. Por isso é importante saber que a lubrificação não é sinônimo de prazer ou permissão para a agressão.

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